México reconhece derrota para o tráfico
O México precisa da ajuda dos EUA para vencer a guerra contra o narcotráfico. Seus governantes, do próprio presidente Felipe Calderón até funcionários da Procuradoria Geral da República, aproveitaram todas as reuniões com autoridades americanas para insistir no pedido de ajuda.
No México, a "guerra dos cartéis" já fez mais de 28 mil mortos, entre acertos de contas e confrontos com policiais, desde a chegada ao poder do presidente Felipe Calderón, em dezembro de 2006.
No telegrama 228419, por exemplo, é detalhada uma reunião mantida entre altos funcionários da Procuradoria Geral dos EUA, na qual o então subsecretário da Secretaria de Governo, Jerónimo Gutiérrez, reconhece: "Temos 18 meses, e se não conseguirmos um êxito considerável que seja reconhecido pelos mexicanos, será difícil aguentar o confronto no próximo governo", informa o "El País". A data da reunião foi 5 de outubro de 2009, portanto, há quase 15 meses.
Gutiérrez também dá a entender que o governo mexicano perdeu o controle sobre certas áreas do país, algo que nunca foi reconhecido em público por nenhum membro do Executivos de Calderón.
Ele acrescenta ainda que o narcotráfico "está prejudicando a reputação internacional do México, prejudicando os investimentos estrangeiros e levando uma sensação de governo impotente."
Em um dos telegramas, datado de outubro de 2009, o embaixador dos EUA no México, Carlos Pascual, explica que representantes do governo mexicano indicaram, em uma reunião, que seria conveniente concentrar esforços conjuntos em "duas ou três cidades violentas".
Os funcionários mexicanos sugeriram começar em lugares como Ciudad Juárez e Tijuana a ofensiva contra o narcotráfico.
"Eles acreditam que o simbolismo de ganhar algumas das cidades mais violentas seria poderosos, e enviaria um sinal ao resto do país de que a luta contra o crime organizado pode ser ganha, e serviria para combater a atual sensação de impotência que sentem muitos mexicanos", escreveu o americano no telegrama.
A embaixada dos EUA no México reconhece o compromisso "sem precedentes" do governo de Felipe Calderón na luta contra o narcotráfico, mas lembra que o Exército não está preparado para isso. "É lento e tem aversão ao risco", menciona um dos telegramas citados pelo "El País".
WikiLeaks
Cerca de 250 mil documentos diplomáticos confidenciais do Departamento de Estado dos EUA vieram à tona neste domingo, divulgados pelo site WikiLeaks. Os chamados "cables" [telegramas] revelam detalhes secretos --alguns bastante curiosos-- da política externa americana entre dezembro de 1966 e fevereiro deste ano, em um caso que começa a ficar conhecido como "Cablegate".
São 251.288 documentos enviados por 274 embaixadas. Destes, 145.451 tratam de política externa, 122.896, de assuntos internos dos governos, 55.211, de direitos humanos, 49.044, de condições econômicas, 28.801, de terrorismo e 6.532, do Conselho de Segurança da ONU. Os telegramas foram divulgados por meio de um grupo de publicações internacionais: "The New York Times" (EUA), "Guardian" (Reino Unido), "El País" (Espanha), "Le Monde" (França) e "Der Spiegel" (Alemanha).
O WikiLeaks divulga documentos secretos há anos, mas ganhou destaque internacional este ano, com três vazamentos. No primeiro, publicou um vídeo confidencial, feito por um helicóptero americano, que parece mostrar um ataque contra dois funcionários da agência de notícias Reuters e outros civis. O segundo tornou públicos 77 mil arquivos de inteligência dos EUA sobre a guerra do Afeganistão. O terceiro divulgou mais 400 mil arquivos expondo ataques, detenções e interrogatórios no Iraque.
O Pentágono suspeita que quem está por trás dos vazamentos é o analista de inteligência Bradley Manning, 22.
Fonte: Folha Online apud Universo Jurídico, acesso em 04 dez 2010.
O México precisa da ajuda dos EUA para vencer a guerra contra o narcotráfico. Seus governantes, do próprio presidente Felipe Calderón até funcionários da Procuradoria Geral da República, aproveitaram todas as reuniões com autoridades americanas para insistir no pedido de ajuda.
No México, a "guerra dos cartéis" já fez mais de 28 mil mortos, entre acertos de contas e confrontos com policiais, desde a chegada ao poder do presidente Felipe Calderón, em dezembro de 2006.
No telegrama 228419, por exemplo, é detalhada uma reunião mantida entre altos funcionários da Procuradoria Geral dos EUA, na qual o então subsecretário da Secretaria de Governo, Jerónimo Gutiérrez, reconhece: "Temos 18 meses, e se não conseguirmos um êxito considerável que seja reconhecido pelos mexicanos, será difícil aguentar o confronto no próximo governo", informa o "El País". A data da reunião foi 5 de outubro de 2009, portanto, há quase 15 meses.
Gutiérrez também dá a entender que o governo mexicano perdeu o controle sobre certas áreas do país, algo que nunca foi reconhecido em público por nenhum membro do Executivos de Calderón.
Ele acrescenta ainda que o narcotráfico "está prejudicando a reputação internacional do México, prejudicando os investimentos estrangeiros e levando uma sensação de governo impotente."
Em um dos telegramas, datado de outubro de 2009, o embaixador dos EUA no México, Carlos Pascual, explica que representantes do governo mexicano indicaram, em uma reunião, que seria conveniente concentrar esforços conjuntos em "duas ou três cidades violentas".
Os funcionários mexicanos sugeriram começar em lugares como Ciudad Juárez e Tijuana a ofensiva contra o narcotráfico.
"Eles acreditam que o simbolismo de ganhar algumas das cidades mais violentas seria poderosos, e enviaria um sinal ao resto do país de que a luta contra o crime organizado pode ser ganha, e serviria para combater a atual sensação de impotência que sentem muitos mexicanos", escreveu o americano no telegrama.
A embaixada dos EUA no México reconhece o compromisso "sem precedentes" do governo de Felipe Calderón na luta contra o narcotráfico, mas lembra que o Exército não está preparado para isso. "É lento e tem aversão ao risco", menciona um dos telegramas citados pelo "El País".
WikiLeaks
Cerca de 250 mil documentos diplomáticos confidenciais do Departamento de Estado dos EUA vieram à tona neste domingo, divulgados pelo site WikiLeaks. Os chamados "cables" [telegramas] revelam detalhes secretos --alguns bastante curiosos-- da política externa americana entre dezembro de 1966 e fevereiro deste ano, em um caso que começa a ficar conhecido como "Cablegate".
São 251.288 documentos enviados por 274 embaixadas. Destes, 145.451 tratam de política externa, 122.896, de assuntos internos dos governos, 55.211, de direitos humanos, 49.044, de condições econômicas, 28.801, de terrorismo e 6.532, do Conselho de Segurança da ONU. Os telegramas foram divulgados por meio de um grupo de publicações internacionais: "The New York Times" (EUA), "Guardian" (Reino Unido), "El País" (Espanha), "Le Monde" (França) e "Der Spiegel" (Alemanha).
O WikiLeaks divulga documentos secretos há anos, mas ganhou destaque internacional este ano, com três vazamentos. No primeiro, publicou um vídeo confidencial, feito por um helicóptero americano, que parece mostrar um ataque contra dois funcionários da agência de notícias Reuters e outros civis. O segundo tornou públicos 77 mil arquivos de inteligência dos EUA sobre a guerra do Afeganistão. O terceiro divulgou mais 400 mil arquivos expondo ataques, detenções e interrogatórios no Iraque.
O Pentágono suspeita que quem está por trás dos vazamentos é o analista de inteligência Bradley Manning, 22.
Fonte: Folha Online apud Universo Jurídico, acesso em 04 dez 2010.
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