terça-feira, 5 de julho de 2011

Má qualidade do ensino jurídico leva a reprovação de 90% no Exame da OAB

Nove em cada dez bacharéis de Direito são reprovados no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil. O índice de aprovação de apenas 9,74% foi registrado na última prova da entidade, feita em dezembro de 2010, quando se inscreveram 116 mil pessoas. As informações são da Agência Estado.
O resultado da prova de dezembro de 2010 é o pior da história da OAB. Até então, o pior índice havia sido registrado no primeiro exame de 2010, quando somente 14% dos 95,7 mil inscritos obtiveram sucesso.
O professor Luiz Flávio Gomes, fundador da rede de ensino LFG, lembra que a prova foi unificada no ano passado. Para ele, o número desastroso de aprovações tem a ver com essa mudança. A porcentagem de aprovados, na média entre os três concursos anuais, caiu de 28,8%, em 2008, para 13,25%, em 2010. Antes, como cada estado fazia sua própria seleção, um candidato poderia encontrar provas mais fáceis em determinadas regiões do país.
Marcelo Tadeu Cometti, coordenador de pós-graduação no Complexo Damásio de Jesus, acredita que o problema começa na educação básica. "O aluno não tem formação para entender o que é oferecido no ensino superior, e a culpa é do Estado. Se os docentes das melhores universidades de São Paulo forem colocados para lecionar nessas faculdades de baixo índice de aprovação, os resultados não serão melhores". Para ele, aluno com má formação e sem hábito de leitura não é aprovado.
A primeira prova de 2011 acontece no dia 17 de julho e, a segunda, em 21 de agosto. Os resultados serão divulgados em 13 de setembro.

Fonte: Consultor Jurídico, acesso em 05 jul. 2011


Minha opinião: Proliferação desmedida de cursos de graduação em direito sem nenhuma estrutura e com a conivência do MEC, má qualidade do ensino básico que não dá ao estudante o ferramental para obter melhor aproveitamento no ensino superior, e o descomprometimento individual de muitos alunos com sua formação, me parecem ser as causas mais importantes de índices como este. A prova pode ter deformações, e necessitar de aprimoramentos, mas não se pode abdicar deste instrumento de proteção mínima da sociedade contra profissionais absolutamente despreparados para o exercício profissional.

Um comentário:

  1. Concordo com a tua opinião e acho que outras áreas, como a da saúde, também deveria ter um teste específico antes de colocar profissionais mal formados, sem base alguma para atender, no mercado.

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